terça-feira, 21 de julho de 2009

O REINO É SEMELHANTE A UM JOGO DE XADREZ

 
ANTÓNIO FERNANDO
Aracati/CE - Brasil, 51 anos
89 textos (2614 leituras)
(estatísticas atualizadas diariamente - última atualização em 21/07/09 12:05)

O Reino é Semelhante a um Jogo de Xadrez

 

Muitas pessoas pensam que Deus é o autor direto de cada lance que acontece no universo. Mas isso fere o princípio do livre arbítrio. Se Deus fosse autor de cada pequena jogada, não poderia acusar Adão e Eva de haverem desobedecido as regras do jogo. Deus seria o autor, e não poderia culpar Adão e Eva pela transgressão.

Então, o que acontece? Se Deus não é o autor de tudo, há uma outra corrente de pensamento que diz: Deus criou o universo e o abandonou ao "deus"-dará. Não Se preocupa com os nossos assuntos daqui da terra e deixa o jogo correr solto.

Como geralmente acontece com as polêmicas, uma corrente de um extremo tentando desacreditar a corrente do outro extremo, há uma terceira via, que aqui defendo: Deus faz uns lances e deixa outras acontecerem, para que o homem possa usufruir de liberdade. É uma liberdade vigiada, mas não há obediência forçada, pois se o homem quiser desobedecer, o poder está em suas mãos para fazê-lo.

Nosso Criador é, de fato, maravilhoso. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Tudo harmônico, tudo equilibrado. Na qualidade de criador de todas as leis, é natural que precisemos, embora não sejamos obrigados a isso, nos harmonizar com essas leis. Para sermos felizes, é necessário que ajamos conforme as leis dEle, e não que Ele faça a nossa vontade, seja ela qual for e contra quem for.

Para que o meu querido leitor e minha querida leitora entendam melhor a questão de Deus ser autor de tudo, mas não fazer tudo, vou utilizar uma alegoria, fazer uma comparação, uma espécie de parábola à moda de Jesus Cristo.

Parábola do jogo de xadrez:

O universo é um enorme jogo de xadrez. Deus é o criador do tabuleiro (a Terra) e das peças (os seres humanos). Ele, além de criar as peças, também faz lances na vida da gente. E nós fazemos lances também. Todos os nossos lances seguem as LEIS DA NATUREZA, às vezes forçando essas leis. Mas nem todas as jogadas têm como base as LEIS DE DEUS. Ele sabe tudo o que pode fazer com suas peças. Mas não sabe o que essas peças farão com o livre arbítrio, presente de Deus, a liberdade de ação. Se soubesse, essa liberdade seria questionada.

Para resumir a parábola: Deus fez o tabuleiro e as peças, sabe quais são os lances que fará, mas não sabe o que nós, que além de sermos as peças, jogamos também, iremos fazer nos lances que nos competem. Deus faz a parte dEle e espera que façamos a nossa, mas não nos obriga nem sabe o que faremos.

Ele escreveu o Manual do Jogo: A Bíblia. Esse manual é lido e interpretado por pessoas sérias. É preciso ter boa vontade e boa intenção para tornar o manual do jogo mais acessível às pessoas em geral. A Bíblia diz que a interpretação está na Bíblia. E está mesmo. Mas ainda é necessário que haja intérpretes para as pessoas que não sabem ler, ou que têm medo de não entender as regras do jogo.

São regras escritas no papel e gravadas nos nossos corações, na nossa consciência, no âmago do nosso ser. Por isso, não dá para desculpar por ignorância quem descumpre tais leis. A lei do amor, por exemplo, todo mundo conhece. Todos amam alguém. A lei de preservar a integridade dos irmãos e do seu património, quem não conhece? Tirar coisas dos outros é tão ruim quando você acha ruim que lhe tirem algo.

Então você já sabe por natureza o que agrada e o que não agrada a Deus. Quando você faz um lance, se torna responsável pelas consequéncias advindas dele.

Deus responde pelos lances dEle, e nós respondemos pelos nossos. O jogo da vida é muito mais complexo que o jogo de xadrez.

Quando Deus enviou à existência terrestre o Rei dos reis, as peças do mundo trataram de encurralá-lo e aplicar-lhe um xeque-mate. Mas para o Pai, este foi apenas um xeque, pois o Rei não saiu do tabuleiro. Ele permanece conosco até o fim dos tempos, segundo o evangelho de Mateus.

Para jogarmos bem, precisamos ter a estratégia do amor, os lances da fé, o sacrifício próprio em benefício das outras peças, a tática da discrição e do bom senso.

Como no xadrez peça jogada não pode voltar, depois que fazemos algo, fica difícil consertar. Portanto, pensemos um pouquinho antes de realizar nossos lances. A vitória pode ser de todos.

 

Texto de ANTÓNIO FERNANDO SARAIVA MOURA

Publicado no Recanto da s Letras em 21/06/2009 sob nº 1660642, conforme endereço abaixo:

http://recantodasletras.uol.com.br/ensaios/1660642 



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Um comentário:

Nando disse...

Escrevi um outro texto, em que comparo o jogo de xadrez a uma produção textal.

http://recantodasletras.uol.com.br/ensaios/1712216

Acessem.

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