Alemanha | 2009Projeto especial leva jogo de xadrez a escolas infantis
Convencido dos efeitos positivos do xadrez para o desenvolvimento infantil, Ralf Schreiber, consultor de marketing e amante do jogo, conseguiu, há pouco mais de um ano, convencer políticos, empresários e associações a viabilizarem um projeto a ser realizado em mais de uma centena de jardins-de-infância na Alemanha. A ideia era ensinar crianças, desde pequenas, a jogar xadrez. Iniciado em março de 2007, o projeto começou em 157 instituições de ensino infantil e já foi ampliado para mais 11, tendo se tornado objeto de pesquisas científicas. Na cidade de Hattingen, por exemplo, várias escolinhas aderiram ao xadrez, sempre com acompanhamento de especialistas que estudam a influência do jogo nas crianças. Schreiber, ao lado de sua mulher absolutamente convencido da relevância do xadrez para os pequenos, conta que ensinou à própria filha de dois anos as artimanhas do jogo. "Fomos introduzindo as figuras aos poucos e também a forma como ela deveria locomover as peças. Um dos truques que utilizamos foi espalhar alguns chocolatinhos pelo tabuleiro. Ao comer uma peça no jogo, ela podia devorar um pequeno chocolate de verdade. Em poucos dias, ela já sabia reconhecer todas as peças. E isso com dois anos e meio. Com três, ela já jogava xadrez", conta ele. Comunicação, fantasia e comportamento Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Jogo exige concentração e paciência
O xadrez, lembra Schreiber, incentiva, já bem cedo, o pensamento lógico, a comunicação, a fantasia e o comportamento. "Primeiro explicamos o nome de cada peça com pequenas representações teatrais. As crianças não começaram usando o tabuleiro, mas sim o próprio corpo, imitando os movimentos de cada figura do xadrez. Depois fomos ensinando sistematicamente o que eram a torre, o peão, o rei, a dama e o bispo", conta Sabine Zysk, educadora de um jardim-de-infância na região. Ceticismo de alguns pais O entusiasmo das crianças pelo xadrez surpreende, em parte, os próprios pais. "Achei, de forma geral, uma boa ideia, mas não pensei que fosse funcionar, porque jogar xadrez é uma coisa chata. As crianças têm que ficar sentadas por muito tempo, eu não imaginava que daria certo", confessa Nicole Gambalat, mãe de uma criança que frequenta uma das escolas infantis envolvidas no projeto. Para contar com o apoio dos pais, as escolas oferecem também cursos para os adultos interessados. O argumento dos iniciadores do projeto é o de que o xadrez aumenta a concentração e a disponibilidade de cooperação, fazendo também com que as crianças aprendam a perder em situações competitivas. Caso os estudos com as crianças de Hattingen levem a resultados positivos, como se supõe até agora, o projeto será possivelmente ampliado para o maior número possível de creches e jardins-de-infância do estado. Autora: Leila Winther Revisão: Roselaine Wandscheer Fonte: http://www.tor.cn/chinfootball/dw/article/0,,4284859,00.html |
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