sábado, 24 de novembro de 2007

XEQUE-MATE NO MACHISMO

Xeque-mate no machismo

A disputa no xadrez cearense não pára sobre os tabuleiros, entre peões, cavalos, torres, rainhas, reis e bispos


A estudante Barbara Rodrigues defende a inclusão da modalidade na grade escolar(Foto: FCO FONTENELLE)
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A estudante Barbara Rodrigues defende a inclusão da modalidade na grade escolar(Foto: FCO FONTENELLE)

Cerca de 70 atletas devem participar, entre sábado e domingo, do VII Campeonato Cearense Feminino de Xadrez. A competição ocorre anualmente e, em edições anteriores, o número de enxadristas não chegava a 20. No Ceará, o esporte é dominado por homens, maioria nos primeiros lugares. Este ano, porém, houve um fato inédito: a versão feminina do Estadual teve mais inscrições que a masculina. O Colégio Farias Brito Aldeota sedia o evento.

De acordo com a Federação Cearense de Xadrez (FCX), a expectativa era de que 30 atletas se inscrevessem. No entanto, a entidade espera chegar a 70, com a entrada de competidoras do Interior. A supremacia masculina no xadrez cearense pode ser explicado pelo fator histórico. "As mulheres começaram há pouco tempo. Mas elas estão participando mais e melhorando de rendimento", comentou o presidente da FCX, Fernando Lessa.

"Em competições mistas, nós já tivemos mulheres ganhando de jogadores com níveis mais elevados", completa. Outro fator utilizado por Lessa para explicar o domínio masculino é a falta de tempo das mulheres. "O homem pode viajar para uma competição. A mulher, geralmente, não. Elas acumulam outras funções", explica. Este ano, enquanto o torneio feminino deve receber 70 atletas, o masculino contou com 38 enxadristas.

A opinião de Fernando Lessa é compartilhada por Bárbara Rodrigues, 15, enxadrista há três anos. Ela ficou em terceiro lugar no Estadual 2006 e, para este ano, é uma das favoritas. "O xadrez é um esporte onde vence quem tem mais prática. E o homem, de fato, leva a melhor por causa disso. A gente (mulheres) está chegando agora", afirma a estudante. Além do fator histórico, Bárbara aponta o "medo" como causa para a vantagem masculina. "Homem nenhum quer perder para uma mulher. Então eles não queriam a gente jogando", justifica.

Bárbara defende o xadrez como uma forma de dinamizar e melhorar o raciocínio e o sugere como modalidade a ser implementada na grade escolar. "Se as escolas dessem ao aluno a chance de aprender xadrez, todos teriam um melhor rendimento", aponta. No Ceará, conforme a FCX, há mais de dois mil enxadristas cadastrados.


E-MAIS

- O Campeonato Cearense Masculino começou a ser disputado em outubro, com confrontos seletivos. A competição terá suas rodadas disputadas no mesmo período da versão feminina, mas em horários distintos.

- A competição, no sábado, tem início às 14 horas e, no domingo, às 8 horas.



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William Pereira da Silva - 84 - 88287382

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