 Vida perdida: julgamentos demoram décadas Publicado por: Pura Especulação | 06/06/2009 A Rússia, país com a segunda maior população carcerária do mundo (os russos perdem apenas para os Estados Unidos), está assistindo a uma disputa macabra: os presos estão assassinando colegas que perdem no xadrez, em uma tentativa de desafogar as superlotadas e sucateadas prisões do leste europeu. A denúncia partiu da Anistia Internacional, organização não-governamental que luta pelos Direitos Humanos em todo o mundo. Segundo representantes da AI, os presos organizam campeonatos em que o maior prêmio é sair vivo. "Os presos se valem de um esporte que todos conhecem. O governo russo apoia intensivamente a difusão do xadrez, criando até universidades específicas para o melhor estudo do jogo. Nas escolas, todos, sem exceções, praticam xadrez. Então, como os presos na Rússia são proibidos de praticar atividades ao ar livre, um tabuleiro e peças improvisadas são o suficiente para decidir quem será o próximo a morrer ", explica Conrad Iuvchenko, da AI.  Presos russos: xadrez com a morte A superlotação das prisões da Rússia, assim como de todos os países que pertenciam à antiga União Soviética, é um problema crítico. Alguns, como Stiepan Arcadiévitch, da Anistia Internacional, falam em uma verdadeira crise humanitária: "-Muita gente está presa desde a queda do regime soviético. São milhares de pessoas aguardando julgamento. O Estado burocrático russo desabou e levou junto com ele as vidas dessas pessoas. Se os julgamentos já tivessem ocorrido, muitos já teriam até cumprido suas penas. Estima-se que teríamos a metade da população carcerária que temos hoje ", diz indignado o ativista. "Não estamos em um filme de Ingmar Bergman", concluiu Arcadiévitch, referindo-se à famosa cena de O Sétimo Selo, em que o protagonista joga xadrez com a morte. (Pura Especulação resolveria a parada no truco, porrinha ou zerinho-ou-um) |
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