sexta-feira, 12 de março de 2010

XADREZ ELEITORAL - COLUNA CESAR SANTOS


Xadrez eleitoral
Se levado a termo a coligação proporcional acordada pelos deputados Henrique Alves e João Maia, juntando PMDB e PR, esses dois partidos não poderão figurar em coligações majoritárias diferentes. O entendimento é baseado na resposta à consulta pública do ministro do TSE Fernando Gonçalves: “A formação de mais de uma coligação é permitida apenas para as eleições proporcionais, desde que entre partidos que integrem a coligação para o pleito majoritário, ao qual não é possível a celebração de mais de uma coligação.” Assim sendo, Alves e Maia vão ter que repensar seus planos. O primeiro, investido da condição de articulador da chamada base aliada lulista-wilmista, mas com o sentimento familiar de “salvar” o primo senador Garibaldi Filho, terá que fazer opção sem evitar a renúncia. Para não esvaziar o PSB do governadorável Iberê Ferreira e da senadorável Wilma de Faria, Henrique teria que levar o PMDB para a chapa majoritária, cumprindo a legislação eleitoral. Mas aí rifaria Garibaldi. Para resguardar o projeto de reeleição do primo, que a cada dia parece mais dependente do sucesso eleitoral da governadorável Rosalba Ciarlini (DEM), Henrique levaria o PMDB para a chapa de oposição. Nesse caso, decretaria o esvaziamento da base aliada, condenando ao insucesso eleitoral de seus candidatos. A terceira via, a mais complicada, seria o PMDB ficar livre na majoritária e na proporcional, o que praticamente inviabilizaria a reeleição do próprio Henrique, pois precisaria de 220 mil votos para alcançar o coeficiente eleitoral. Nesse caso, nem pensar. Já João Maia, cujo único ganho eleitoral que espera em 2010 é a sua reeleição, não teria dificuldade para firmar a coligação na proporcional com o PMDB ou qualquer outra sigla com densidade eleitoral. Dessa forma, parece numa situação bem menos complicada do que a de Henrique Alves. Esse é o “xadrez” eleitoral que desafia a habilidade dos líderes políticos e que certamente será jogado até o último momento das convenções partidárias em junho próximo. Até lá, muito movimento nas peças do tabuleiro, devendo se dá bem que melhor conduzir o rei, a rainha, as torres, os bispos, os cavalos e os peões.
 
FONTE:  JORNAL DE FATO  - Sexta-feira - 12/03/2010 - Coluna Cesar Santos - http://www.defato.com/cesar.php

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