O jogo da vidaPaulo Antonio dos Santos*A vida. Comparo-a com uma partida de xadrez. É preciso ser estrategicamente perfeito para vencer. Todo lance deve ser analisado com cautela. Um descuido, levamos xeque-mate, perdemos todo um trabalho começado, voltamos à estaca zero. Muitas vezes deparamo-nos com uma encruzilhada. E agora? Que caminho seguir? Que decisão tomar? Qual o melhor lance a ser feito? Diante do tabuleiro a posição das peças pode nos oferecer várias opções de jogadas. Muitas podem parecer boas. Geralmente, apenas uma conduz à vitória. Da nossa escolha depende o sucesso ou o fracasso. E após constatar que fizemos a escolha errada, segue um amargo arrependimento. Assim na vida! No xadrez inexiste o fator "sorte". Tudo depende da precisão com que jogamos. Pensando bem, no jogo da vida, o que chamamos "sorte" também é conseqüência daquilo que somos, daquilo que fazemos, da habilidade com que guiamos nossos passos. Jogando xadrez, em certas ocasiões, é necessário ter coragem. Mover as peças de maneira ousada. Fazer um sacrifício. Não perder a iniciativa. Ou seja, não temer desistir do bom para buscar o melhor. Arriscar. E principalmente quando se está em desvantagem. Afinal, não é melhor perder arriscando, do que perder sem ao menos ter feito algo para buscar a vitória? O destino nos prega peças. Quantas vezes você considerou uma "partida" ganha, mas uma reviravolta mudou a sorte do jogo? Estamos submissos a imprevistos. Muitas coisas podem acontecer de uma maneira contrária a que estamos calculando. Quantas vezes já fomos traídos pelo excesso de confiança? Quantas vezes tudo parecia ir pelo caminho certo, mas o oponente ainda conseguiu nos superar? Quantas vezes a vitória estava em nossas mãos e escorreu pelos nossos dedos? Falta de sorte? Certamente não. Então, que peça foi movida erradamente, ou, que falha cometi? Arrogância demais? Prepotência demais? Ou foi o contrário: timidez demais, falta de iniciativa, falta de coragem... Assim, é necessário jogarmos para ganhar, mas também devemos estar psicologicamente preparados para uma eventual derrota. Porém, da mesma forma de que vez em quando perdemos, o futuro pode nos trazer a agradável surpresa de uma vitória, ainda que a batalha pareça perdida. A perseverança, o sacrifício, a dedicação e o bom senso sempre são recompensados por Deus. É aí que podemos estabelecer a analogia mais importante entre o xadrez e a vida: nunca devemos desistir sem lutar. * Servidor do Ministério Público do Estado do Paraná; acadêmico da Faculdade Estadual de Direito do Norte Pioneiro de Jacarezinho/PR (FUNDINOP) – Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP); campeão ribeirão-clarense de xadrez na categoria sub-20 em 2002 e 2004 e campeão geral em 2004; campeão regional de xadrez na categoria Adultos, em 2004, sendo vice-campeão geral no mesmo (torneio não oficial realizado pelo Clube Ribeirão-Clarense de Xadrez); campeão de xadrez na FUNDINOP em 2005 e 2007 e vice-campeão em 2006. E-mail: paulchess10@yahoo.com.br. |
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Um comentário:
Obrigado por publicar meu texto em seu blog.
Abraços!
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